A Sanjoanense entra a ganhar na nova época, num novo campeonato. Sendo um jogo igual a todos os outros e em que o pensamento é o da vitória, acredita numa motivação extra pela conquista dos três pontos, logo no primeiro jogo?
As vitórias são sempre a melhor vitamina em termos anímicos e de motivação. Temos que acreditar sempre no nosso trabalho, mas as vitórias ajudam a soltar mais o nervosismo normal de início de época, ainda por cima a jogar em casa, por haver a ideia de que existe mais responsabilidade e mais pressão. Mas entrar a ganhar é sempre importante.
A realidade e competitividade desta época são bem diferentes do ano passado. É justo dizer que a equipa ainda se encontra em adaptação, mesmo tendo em conta o número de jogadores experientes?
Está, claro! Temos experiência mas, se formos ver, a média de idades é baixa. Mas claro que vamos crescer todos juntos e hoje tivemos um sinal daquilo que nos espera: jogos muito intensos, com adversários de muita qualidade e jogos decididos em detalhes.
Tivemos uma fase do jogo, na primeira parte, em que fomos felizes, mas o futebol é assim… Aproveitámos essa fase mais feliz, fizemos um golo, acabámos por nos soltar um bocado, mas depois tivemos algumas desatenções que, contra equipas destas, neste campeonato, podem tornar-se complicadas. Foi um aviso e temos que ter em conta que uma fração de segundo pode mudar tudo.
Sente que as ausências do Gian e do Letz, ambas forçadas, possam ter provocado alguma coesão e segurança, principalmente nos processos defensivos?
Sim, fizeram muita falta, são jogadores agressivos, no bom sentido da palavra. Temos que dar tempo ao Joãozinho porque chegou há pouco tempo, está no primeiro ano de sénior e a realidade em que estava é bem diferente desta.
Com essas condicionantes, sabíamos que seria muito complicado preparar o meio-campo e ter o Piolho (Rui) e o Bruno (Fogaça) em simultâneo não é muito normal. Tanto que, no ano passado, o Osório raramente jogava com o Piolho… Ou jogava um ou outro e raramente faziam ambos os noventa minutos. O Bruno tem características parecidas com as do Piolho e admito que foi um risco jogar com os dois ao mesmo tempo, mas foi um risco que quisemos assumir.
Na primeira parte estivemos um bocado perdidos e o Anadia teve algumas oportunidades que nos assustaram mas corrigimos e melhorámos e, na segunda parte, o Anadia não teve grandes oportunidades, à exceção da fase final, com as bolas bombeadas para a área.
Mas é um campeonato muito equilibrado, muito competitivo e temos que estar prontos para isto.
O próximo jogo é em Estarreja e será a primeira deslocação fora de portas, num terreno tradicionalmente complicado. Quais as primeiras impressões quanto ao adversário?
O Estarreja reforçou-se muito e bem. Sabemos da sua valia, uma equipa com boa qualidade individual, mas queremos ir lá para jogar olhos nos olhos e ganhar o jogo. Sabemos da dificuldade que temos mas, se não a tivéssemos, não tinha tanta piada. Sabe bem quando é sofrido, também.
Este campeonato é muito competitivo e equilibrado, todos querem fazer pontos. Hoje a pressão era ainda maior porque ninguém queria perder, é sempre mau… Entrar com um empate é menos mau, mas depois de uma pré-época de 4/5 semanas a preparar um jogo, todos querem vencer. A partir daqui tudo volta ao ciclo normal, com jogo de semana a semana – com a possível exceção das alturas de Taça – mas o primeiro jogo é sempre complicado quanto à questão da gestão das emoções e por isso é que digo que temos que saber sofrer… E, quanto a isso, tenho que dar os parabéns pelo espírito de sacrifício que tivemos e não tenho dúvidas que, a partir daqui, conseguiremos aumentar os nossos momentos de qualidade.
Sanjoanense vs Anadia (Pêpa) em áudio