Conquistada uma importante e convincente vitória na receção ao Mortágua, Flávio das Neves não poupou elogios aos seus pupilos, vincando o domínio absoluto do encontro e a qualidade mostrada pelo grupo de trabalho.
Num jogo de sentido único, uma das notas de destaque vai para a estreia de António, atleta que, ainda júnior, mereceu elogios do técnico, que garante ter ficado satisfeito com a resposta e não fecha a novo voto de confiança.
A uma jornada do final da primeira fase do Campeonato de Portugal Prio, Flávio das Neves lembra que tudo se mantém em aberto e, apesar de não esconder alguma mágoa pelo facto de a equipa chegar a esta altura a depender dos resultados dos seus adversários diretos, garante um grupo focado no triunfo na deslocação à Gafanha, antevendo uma Sanjoanense muito coesa e difícil de bater.
Análise à vitória sobre o Mortágua: Fizemos um excelente jogo, especialmente na segunda parte. Nos primeiros 15/20 minutos estivemos algo ansiosos, permitimos lances de bola parada que podiam levar perigo à nossa baliza e não estávamos com uma linha defensiva e um posicionamento indicados mas os jogadores acabaram por libertar-se da ansiedade e começaram a praticar bom futebol. E a segunda parte é prova disso… Mostrámos domínio absoluto e não permitimos, sequer, que o Mortágua chegasse ao último terço. Controlámos o jogo, fizemos três golos e muitos outros ficaram por marcar. Foi mais uma prova cabal e convincente do valor da Sanjoanense.
Estamos, nesta altura, a depender de terceiros para que possamos carimbar o acesso à fase de promoção mas isto ainda não acabou. Temos que fazer o nosso trabalho na Gafanha e os nossos adversários têm, também, jogos complicados pela frente. Mas, como disse aos meus jogadores, caso consigamos a vitória na Gafanha, poderei dizer, com toda a convicção, que moralmente conquistámos o segundo lugar. Moralmente, repito. Podem dizer-me que as vitórias morais de nada interessam mas isto é o que sinto. Os jogadores, o treinador e a estrutura diretiva fizeram todo o trabalho que lhes competia dentro de campo, trabalho que nos permitiria estar, nesta altura, a depender unicamente de nós. Mesmo que consigamos vencer na Gafanha podemos não assegurar a passagem à fase de promoção e, caso isso aconteça, teremos que ter em conta que a classificação foi adulterada. O grupo trabalhou e lutou para conquistar um bom resultado em Anadia mas houve alguém nos tirou os pontos merecidos e eu, enquanto treinador, não posso pedir responsabilidades aos jogadores, que tanto trabalharam. Os nossos jogadores vão sair desta fase de cabeça levantada, independentemente do que venha a acontecer, porque foram uma das duas melhores equipas. Tentaram cortar-nos as pernas, sentimo-nos espoliados, mas isto ainda não acabou e lutaremos para vencer na Gafanha e assegurar que fazemos o trabalho que nos compete. Temos sido, ao longo de toda a época, uma das melhores equipas desta série e resta, agora, esperar e ver o que tudo isto nos trará. Mas tenho uma secreta esperança num resultado positivo… Os nossos adversários diretos terão, também, encontros complicados e nós teremos que fazer o nosso trabalho e esperar para ver o que acontece.
Aumento da esperança em torno do possível apuramento para a fase de promoção: Nunca tive dúvidas quanto ao valor dos jogadores e dentro do campo já provámos que somos os melhores! Voltámos a prová-lo hoje… Depois do desânimo, da desilusão que se abateu sobre o grupo após o jogo em Anadia, tínhamos algumas dúvidas quanto à resposta que os jogadores poderiam dar. Mas eles apresentaram-se de forma fantástica. Como disse, não estivemos tão bem nos primeiros 15/20 minutos mas depois demonstrámos toda a nossa qualidade, com uma exibição espetacular e uma capacidade de luta fantástica. É muito difícil bater-nos. Os nossos jogadores mostram superioridade e muita qualidade técnica e tática em relação aos adversários. Já perdemos alguns jogos, é certo, mas fomos, regra geral, melhores que o adversário e, repito, é muito difícil vencer a nossa equipa.
Sobre a estreia de António: Fiquei muito satisfeito com a resposta do António. Treinou connosco e foi um estímulo, não só para ele como também para todo o futebol de formação. Permite que se perceba que o futebol sénior acompanha e sabe o que acontece na formação e dá maior confiança aos jogadores. Perdemos o Ronan e o Ricardo Oliveira e, neste momento, só temos o André Pereira. Precisamos de uma alternativa e a solução pode estar dentro de casa. Preciso de um ponta-de-lança para complementar o trabalho do André e vamos aproveitar o António. Vai continuar a trabalhar connosco, num esquema articulado com o futebol de formação, da mesma forma que trabalham outros miúdos, como o Barbosa, o Rochinha, o Paulinho, o Tiago, entre outros. Hoje teve a oportunidade de se estrear e os miúdos têm que continuar a trabalhar porque podem ser chamados a qualquer momento. Temos que olhar para dentro, para a nossa formação, antes de procurarmos valores de fora.