- Triunfo permitiu reforçar liderança e aumentar distância em relação aos últimos lugares.
- Diogo Almeida foi mero espectador em jogo de sentido único.
Em pleno domingo de São Valentim, marcado pela alternância entre períodos de sol e chuva intensa, a Sanjoanense celebrou o regresso do Campeonato de Portugal Prio (CPP) com uma vitória esclarecedora e consolidou a liderança da Fase de Manutenção, aumentando o fosso para os últimos lugares da classificação.
Apesar de jogar sobre um relvado muito massacrado pela precipitação que se fez sentir durante a última semana, a formação de São João da Madeira mostrou ter a lição bem estudada e não precisou de muito tempo para visar a baliza contrária. Júlio, logo aos 10’, obrigou Armando a defesa de recurso, depois de um remate que sofreu um desvio num adversário, e Edwar, pouco depois, voltou a colocar o guardião à prova, com um potente remate, de primeira e sem deixar a bola cair, que levava selo de golo.
Muito solicitado, o guarda-redes brasileiro – que já representou a Sanjoanense – parecia estar em tarde sim mas, aos 22’, acabaria batido. Sem mãos a medir, Armando ainda travou um cabeceamento de Ronan Rodrigues com uma excelente intervenção mas, na recarga, viu Júlio, desde a entrada da área, inaugurar o marcador com um golo de belo efeito.
Claramente superiores, os comandados de Flávio das Neves chegaram ao intervalo com a vantagem mínima mas não desaceleraram e, com 10’ jogados na etapa complementar, voltaram a festejar. Depois de uma excelente oportunidade desperdiçada por Edwar, no minuto anterior, Chapinha cobrou um livre no lado esquerdo do ataque e Fabeta, na sequência de nova defesa vistosa de Armando, surgiu ao segundo poste para aumentar a vantagem.
Sem argumentos, o Gafanha não conseguia ameaçar e a Sanjoanense tinha em Diogo Almeida um mero espectador, que assistia, desde a sua baliza, ao absoluto domínio alvinegro. E foi já perto do final, em plena gestão do ritmo de jogo, que a formação de São João da Madeira fixou o resultado final. André Pereira, servido por Catarino, surgiu em posição privilegiada e, de cabeça, não deu hipótese de defesa a Armando, estreando-se a marcar na presente temporada.
Com este triunfo, a Sanjoanense reforça a liderança da Fase de Manutenção da Série D do CPP, aumentando para 8 os pontos que a separam dos lugares de despromoção.
Na próxima jornada os comandados de Flávio das Neves deslocam-se ao Estádio do Mergulhão para o sempre apetecível encontro diante do rival Cesarense.
Declarações de Flávio das Neves:
Estreia vitoriosa na Fase de Manutenção: Era muito importante que entrássemos a ganhar porque uma vitória podia marcar alguma diferença. E isso veio a provar-se. Se não vencêssemos poderia haver uma aproximação entre as equipas mas, assim, passamos a ter oito pontos de vantagem sobre o antepenúltimo classificado, o que, até em termos psicológicos, é fundamental. Agora temos que continuar a acumular pontos e a jogar a um nível muito alto, como provámos estar, para que possamos garantir a manutenção o mais rapidamente possível e, depois, continuar a desfrutar, valorizando os atletas, fazendo um campeonato digno e honrando os pergaminhos do clube.
Mas infelizmente para nós, e volto a frisa-lo, esta disputa é injusta. A equipa fez tudo para garantir a Fase de Promoção, mesmo com as adversidades, e tão cedo não conseguirei esquecer o jogo de Anadia. Dentro de campo fizemos o número suficiente de golos para garantir a Fase de Promoção mas a realidade em que estamos é outra… Temos que continuar a trabalhar, mostrar os nossos argumentos e fazer sempre tudo para conquistar os três pontos.
Resposta dos jogadores: Estou muito satisfeito com a resposta dos jogadores! Tinha alguma preocupação quanto ao seu estado anímico, por terem sido injustamente afastados da Fase de Promoção, e também em relação à paragem prolongada do campeonato. Foram três semanas sem jogos, podia haver quebra de ritmo competitivo e foi um período em que nem sempre pudemos utilizar o relvado. Tivemos que treinar no sintético ou atrás das balizas e apenas fizemos um treino conjunto com os juniores. Para além disso, a chuva que se fez sentir nos últimos dias deixou o relvado muito pesado, o que altera por completo as características do nosso jogo… Mas a equipa fez uma exibição espetacular, a meu ver! Soube dançar consoante a música e revelou uma consistência defensiva muito grande. Tem sido assim nos últimos jogos e neste encontro o adversário não fez um remate com perigo nem teve qualquer canto a seu favor… Uma equipa que se apresentou com alguns jogadores novos, oriundos de equipas como o Feirense ou a formação B do Vitória de Guimarães e que têm experiência no futebol e que, mesmo assim, não conseguiu ameaçar a nossa baliza. Isso demonstra a solidez e a coesão defensiva da Sanjoanense, características muito presentes desde que cheguei. Desde que assumi a equipa sénior, sofremos apenas cinco golos, dois deles de penalty e outros dois na sequência de livres laterais…
Mas, como disse, a equipa esteve espetacular, com um ritmo incrível. Lembro que é um plantel jovem e a adaptação a um relvado nestas condições não é nada fácil. Mas foi um jogo de sentido único, com uma exibição sublime e muito categórica, na linha do que tem acontecido, o que me deixa muito satisfeito, principalmente pelos jogadores que, apesar da juventude, se entregam ao trabalho de uma forma excelente. Daí que se encontrem a este nível competitivo e com um rendimento tão bom, que surpreende os adversários que nos defrontam.
Sobre a capacidade ofensiva da equipa: A Sanjoanense, para além de revelar uma grande organização defensiva, tem uma forte capacidade ofensiva que, ainda assim, nem sempre é traduzida em golos. Criamos inúmeras situações de finalização a cada jogo, com cruzamentos desde a linha final ou remates a visar a baliza mas, por vezes, uma das nossas lacunas é o não aproveitamento dessas mesmas oportunidades. Mas nos últimos três jogos fizemos sete golos… E sem duas das grandes referências da equipa na primeira metade da época: o Ronan e o Rúben Neves. Isso revela a coesão da equipa e a solidez defensiva e ofensiva que apresenta. Temos um plantel equilibrado e, apesar de ainda faltarem 13 jogos, volto a afirmar que somos, sem sobra de dúvidas, a melhor equipa desta série!
Estreia de André Pereira a marcar: O André, o Ricardo e o António estavam tapados pelo Ronan. A aposta para o substituir tem recaído sobre o André que, apesar do caudal ofensivo da equipa, não estava a conseguir concretizar. O terceiro golo deixou-me muito feliz porque sei que é com golos que um ponta-de-lança aumenta os seus níveis de confiança. Espero que isso o ajude a libertar-se e ter confiança para nos ajudar com golos porque a bola vai aparecer na área. Estou certo que isto vai moralizá-lo para os jogos que se avizinham.