- Inicio de jogo fortíssimo foi chave para a goleada.
- Triunfo repõe vantagem de oito pontos em relação aos últimos lugares.
Em jogo da 3ª jornada da Fase de Manutenção da Série D do Campeonato de Portugal Prio (CPP), a Sanjoanense recebeu e goleou o Oliveira de Frades (4-1), revelando redobrados índices de objetividade e eficácia.
Com a derrota de Cesar ainda bem presente na memória e rodeados de uma grande a expectativa em relação à resposta a dar, os comandados de Flávio das Neves demonstraram uma forte capacidade de circulação e domínio total, impondo muita intensidade e entrega desde o primeiro minuto. E dificilmente se podia pedir melhor início… Com uma entrada fortíssima, os alvinegros não tardaram a adiantar-se no marcador e, à passagem dos 10’, venciam já por 2-0. Logo aos 2’, Ruben Neves viu um remate travado pelo braço de João Paulo, num lance punido com grande penalidade que o próprio converteu, na recarga a uma primeira defesa de André Martins, e, aos 9’, Ronan Rodrigues deu a melhor resposta a um canto cobrado por Ruben Alves, aumentando a vantagem com um cabeceamento bastante colocado.
Ainda que confortável, a Sanjoanense não mostrava intenções de relaxar, talvez alertada pela derrota da jornada anterior, em Cesar, e Fabeta, pouco depois, podia também ter feito o gosto ao pé, mas, à entrada da grande área contrária, atirou ligeiramente ao lado.
A lutar para fugir aos lugares de despromoção, a formação de Oliveira de Frades só aos 35’ conseguiu visar a baliza alvinegra, com um perigoso remate de Zé Henrique que, de meia distância, obrigou Diogo a estirada atenta. A oportunidade, porém, parece ter motivado os visitantes que, pouco depois, e sem que nada o fizesse prever, reduziriam a desvantagem, quando Pedro Trinta, na sequência de um incursão de Mikua pelo lado esquerdo do ataque, surgiu em zona central, livre de marcação, não dando hipótese de defesa ao guarda-redes alvinegro.
O golo abria uma janela de expectativa para a segunda metade e antevia uma atitude mais inconformada da formação de Viseu na procura do empate. Ainda assim, a Sanjoanense não se deixou assustar e a etapa complementar trouxe um domínio ainda maior, pautado por inúmeras oportunidades e concretizado com dois novos golos.
Ricardo Tavares foi o primeiro a ameaçar, logo no minuto inicial, mas viu o remate desviado por uma defesa de recurso de André Martins que, cinco minutos depois, voltou a ser colocado à prova, na resposta a um mau corte de Bruno Alves que por pouco não originou um auto-golo. André Martins brilhava e, nesta altura, era o grande esteio de um Oliveira de Frades em apuro. Aos 64’, Ruben Alves combinou bem com Edwar e assistiu Chapinha mas o extremo, em boa posição, encontrou, também, a forte oposição do guarda-redes contrário.
Mesmo assim, a persistência alvinegra acabaria por dar frutos e, pouco depois, André Pereira, servido por Ricardo Tavares, apareceu em excelente posição e, de pé esquerdo, encontrou o caminho do golo, aumentando a vantagem e devolvendo alguma tranquilidade à equipa.
Com uma produção ofensiva muito acentuada, a Sanjoanense não tirou o pé do acelerador e aos 34’ iria fechar a contagem. Pardal, com um cruzamento com conta, peso e medida, serviu Ruben Alves e o médio amorteceu para André Pereira que, à entrada da pequena área, não perdoou, dando contornos de goleada à vitória.
Ainda antes do apito final, Chapinha voltou estar perto do golo mas, após novo cruzamento de Pardal, voltou a esbarrar na qualidade de André Martins, jogador em maior destaque na formação de Oliveira de Frades.
Com este triunfo, a Sanjoanense reforça a liderança da Fase de Manutenção da Série D do CPP, somando agora 21 pontos, mais 4 que o Mortágua, segundo classificado, e 8 que o Oliveira de Frades, que ocupa o antepenúltimo posto.
Na próxima jornada, os alvinegros voltam a enfrentar uma equipa de Viseu, com a deslocam-se ao terreno do Lusitano.
AD Sanjoanense: Diogo, Pardal, Fabeta, Ronan Rodrigues, Ricardo Tavares, Danilo, Ruben Neves, Ruben Alves (Jorge Neves, 82’), Edwar (Brandão, 74’), Chapinha e André Pereira (Ricardo Oliveira, 82’).
«Foi uma vitória contundente e expressiva mas que podia ter sido mais dilatada» – Flávio das Neves
Análise da partida: Foi uma exibição na linha do que temos vindo a fazer em casa, sempre em condições algo adversas e com um relvado muito pesado, que toma o jogo muito difícil para nós mas mais ainda para os nossos adversários. Tinha dito na antevisão que os nossos adversários conseguem criar perigo nos primeiros 25’ mas que, a partir daí, é a Sanjoanense quem manda no jogo. E foi isso que aconteceu. Mandámos subir as linhas, dificultámos muito o trabalho ao Oliveira de Frades e produzimos um excelente futebol. Apresentámos um ritmo de jogo espetacular e uma dinâmica muito boa e mostrámos superioridade total.
Entrámos muito bem no jogo, fomos felizes porque fizemos dois golos logo a começar mas, depois, acabámos por adormecer um pouco. Ainda assim, conseguimos melhorar com o decorrer da primeira parte e na segunda metade fomos claramente melhores. Foi um festival de golos perdidos… Marcámos quatro e podíamos ter feito outros tantos. Foi uma vitória contundente e expressiva mas que podia ter sido mais dilatada, numa semana muito difícil para os nossos jogadores, que nunca treinaram no relvado e mostraram alguma fadiga. Alguns atletas não conseguiram recuperar bem e não estavam mas melhores condições mas o desgaste quase nem se fez notar. Foi uma excelente exibição!
Golo sofrido: Nas declarações que tenho feito falo sempre na necessidade de defender bem e sofrer poucos golos. Isso tem vindo a acontecer mas nos últimos dois jogos sofremos três golos de bola corrida. Isso não é muito bom, tendo em conta a qualidade da equipa. Sofremos dois golos em Cesar e um neste jogo, em que há mérito do adversário mas, também, alguma culpa nossa porque não fomos suficientemente lestos a afastar a bola. Permitimos três golos em dois jogos, o que foge um pouco ao ADN da equipa. Mas são situações que acontecem no futebol… Há percalços e deslizes mas espero que não se tornem situações recorrentes porque, para que possa atacar bem, uma equipa tem que defender bem. Costuma dizer-se que é preciso defender bem para atacar melhor. Isso demonstra a exigência que coloco nos jogadores da Sanjoanense. Vencemos, marcámos quatro golos mas sofremos esse… Nós trabalhamos para evitar isso e, se corre menos bem, não podemos ficar satisfeitos. Exigimos muito de nós próprios.
Resposta ideal à derrota em Cesar: O que aconteceu em Cesar, repito, foi uma calamidade! Estivemos 89’ a controlar o adversário e acabámos por perder… Não podíamos ter permitido aquelas duas bolas e devíamos ter sido mais maduros, experientes e determinados. Tivemos uma semana complicada, com alguma tristeza. Os nossos atletas perceberam que não tínhamos estado bem e até para mim foi uma semana difícil… Era importante regressar às vitórias e com uma boa exibição. Foi o que aconteceu. Isso permitiu-nos repor os oito pontos de vantagem para a linha de água. Quando começámos esta fase tínhamos cinco pontos de avanço, ao fim da terceira jornada já temos oito e, sabendo que podemos ter percalços pelo caminho, só queremos continuar a somar pontos para que possamos chegar rapidamente aos 30, pelo menos, continuando a produzir exibições semelhantes às que temos vindo a conseguir.
Distância pontual devolve tranquilidade: Como disse, acredito que os 30 pontos sejam suficientes para garantir o nosso objetivo mas até procuramos fugir a essas contas… Para nós isso não tem assunto! A qualidade desta equipa é, a nosso ver, superior à das restantes formações que fazem e fizeram parte da nossa série e a nossa mentalidade faz com que fiquemos chateados caso não consigamos a vitória… Perder um jogo tem que ser, para nós, uma calamidade! Somos realistas e sabemos que estamos a disputar a Fase de Manutenção, vamos continuar a fazê-lo mas queremos vencer todos os jogos até ao final do campeonato. Se o conseguirmos ficaremos no CPP e terminaremos está fase em primeiro lugar. Isto é o mínimo que devemos exigir aos nossos atletas!
Fotografia: Daniel Oliveira/ADS