- Comandados de Ricardo Sousa venceram em Vildemoínhos e impuseram primeira derrota ao até então líder.
- Início de segunda parte demolidor foi chave para o triunfo.
Em jogo da 6ª jornada da Série D do Campeonato Nacional de Seniores, a Sanjoanense deslocou-se ao Estádio dos Trambelos, em Viseu, para defrontar o até então líder Lusitano, que não somava qualquer derrota na competição.
A tentar recuperar os pontos perdidos na jornada anterior, no desaire caseiro diante do Cesarense, a formação de São João da Madeira entrou determinada em conquistar um resultado positivo e, logo aos 4 minutos, Ronan esteve perto de marcar mas, após canto de Ruben Neves, cabeceou ligeiramente ao lado da baliza à guarda de Nuno Ricardo.
A jogar perante os seus adeptos, numa altura em que estava ainda invencível, o Lusitano reagiu ao primeiro sinal alvinegro e, três minutos depois, Marcel, após rápido contra-ataque, rematou forte para defesa atenta de Diogo.
Por cima no encontro, os viseenses tentavam a todo o custo chegar à vantagem e, pouco depois, foi Nuno Binaia quem visou a baliza alvinegra, obrigando Diogo a responder, com uma excelente intervenção, ao forte remate desferido.
Muito dividido a meio-campo, o jogo entrava numa fase algo quezilenta e, ao minuto 36, teria um dos seus momentos-chave. Já amarelado, Carlitos foi pouco cuidadoso e, na tentativa de parar uma investida rápida da Sanjoanense, travou Ruben Alves, recebendo segundo amarelo e consequente ordem de expulsão.
Em vantagem numérica, os homens de São João da Madeira impuseram o seu jogo nos minutos que faltavam disputar na primeira parte e, apesar do 0-0 que se verificava ao intervalo, regressaram dos balneários a todo o gás, apoiados nas alterações promovidas por Ricardo Sousa, que abdicou de Brandão e Danilo, que tinham já amarelo, e lançou Edwar e Júlio.
E foi com um início de segunda parte fulgurante que a Sanjoanense construiu uma sólida vantagem. Edwar, logo aos 30 segundos, aproveitou da melhor forma um cruzamento de Ruben Neves, desde a esquerda e, com um forte remate, beneficiou de um desvio de um defesa contrário para inaugurar o marcador e, ao minuto 55, após bela jogada de envolvência do ataque, Ronan lançou Edwar e o extremo, de calcanhar, assistiu Ruben Alves que, com um potente remate, fez a bola bater na trave e passar a linha de baliza.
Com dois golos de vantagem, a Sanjoanense apostava no contra-ataque para chegar com perigo ao último terço e, aos 67′, Júlio podia ter dado o golpe final na partida mas, servido por Ronan e em excelente posição, falhou o alvo, rematando ao lado.
Ainda assim, os locais não baixaram os braços e a resposta fez-sentir. Muito pressionantes, obrigavam a Sanjoanense a baixar o seu bloco e, pouco depois, Marcel voltou a visar a baliza alvinegra mas viu Diogo negar-lhe o golo com uma boa intervenção. O lance, porém, serviu de aviso para o que aconteceria logo de seguida, quando Trinta, em boa posição, aproveitou da melhor forma um cruzamento desde a esquerda para reduzir a desvantagem.
Galvanizados pelo golo, os locais pressionavam cada vez mais e colocavam em sentido a defesa alvinegra mas seria a Sanjoanense que, a cerca de 15′ do fim, voltaria a festejar. Num autêntico flashback do que aconteceu em Sintra, Ruben Neves assumiu a cobrança de um livre direto por falta sobre Ronan e, com um remate tenso e bastante colocado, confirmou o terceiro golo e devolveu à equipa a tranquilidade necessária.
No entanto, o Lusitano não dava o jogo por entregue e voltou a ganhar esperanças já em tempo de compensação. Aos 90+2’, Trinta não se fez rogado e, depois de um mau alívio da defesa alvinegra, rematou de primeira, reavivando o encontro.
Com uma pressing bastante intenso nos minutos finais, o Lusitano tentava, a todo o custo, chegar ao empate mas os comandados de Ricardo Sousa não se deixaram surpreender, segundando com unhas e dentes uma vantagem preciosa.
Com este triunfo, a Sanjoanense assume o quarto lugar da Série D, a dois pontos do líder Estarreja, na semana que antecede a receção à Académica, em jogo da Terceira Eliminatória da Taça de Portugal.
Sanjoanense: Diogo, Leandro, Edgar, Fabeta, Brandão (Edwar, 45’), Danilo (Júlio, 45’), Ruben Neves, Ruben Alves, Catarino, Chapinha (Burgos, 66’), Ronan.
Declarações de Ricardo Sousa:
O Ricardo disse, na semana passada, que a Sanjoanense tinha que vir a Viseu recuperar os pontos perdidos em casa. A resposta não podia ter sido melhor…
Sem dúvida! Sabíamos que vínhamos jogar a casa de um dos candidatos à subida de divisão, uma vez que, na minha opinião, o Lusitano e o Leiria são as melhores equipas do Campeonato Nacional de Seniores (CNS). Tínhamos noção de que teríamos pela frente uma equipa madura, matreira e que tem o orçamento mais caro desta divisão mas eu disse que vínhamos jogar olhos nos olhos, como sempre, até porque a Sanjoanense, comigo, não se vergará perante nenhuma outra equipa. Vamos jogar sempre olhos nos olhos, com a vitória como objetivo.
Em casa, infelizmente, as coisas não têm corrido de feição mas volto a referir que a nossa média de idades é de pouco mais de 20 anos. Somos uma das equipas mais novas do CNS e em casa sofremos um bocado com a ansiedade de querer ganhar e oferecer a vitória aos nossos adeptos.
A Sanjoanense beneficiou da expulsão de um adversário, o Ricardo arriscou e, depois de um grande início de segunda parte, a equipa alcançou uma vantagem confortável. Esperava uma reação tão imediata?
Tão imediata não. Esperava a resposta dos jogadores, tinha o intuito de ganhar o jogo, de arriscar, de atacar e levar os três pontos para São João da Madeira. Mas procurei, também, proteger a equipa dos amarelos. Abdiquei do Brandão e do Danilo porque tinham amarelo e, ao mínimo erro, podiam ser expulsos. Protegi a equipa e as alterações deram resultado logo na primeira vez em que o Edwar tocou na bola. Conseguimos fazer o 0-1, aumentámos a vantagem pouco depois e ainda podíamos ter feito o 0-3. Infelizmente não o conseguimos e ainda acabámos a sofrer um bocadinho.
A equipa acabou realmente por recuar em alguns momentos e, por duas vezes, apenas dispôs da margem mínima. Temeu que os jogadores pudessem ceder em alturas cruciais?
Temi, para ser sincero. A nossa equipa tem tremido um pouco nos minutos finais dos jogos, fruto da idade dos nossos atletas e da imaturidade que têm em campo. Mas eles têm também muita garra e muita alma para ganhar os jogos. Temos trabalhado semanalmente para que isso aconteça cada vez menos e temos conseguido fazê-lo. Felizmente hoje não cedemos e levamos os três pontos que, reforço, são muito importantes para a nossa ambição.
O Edwar acabou por ser uma grande aposta, com o golo da vantagem e a assistência para o 0-2 mas foi travado por uma lesão. Já há alguma previsão quanto à lesão sofrida e ao possível tempo de paragem?
Ainda não, mas pelo primeiro diagnóstico espero um período de paragem algo longo. Vamos esperar e rezar para que isso não aconteça. Teremos novas informações no início da próxima semana, e aí veremos se posso ou não contar com ele. Mas, pela minha experiência, não espero ter o Edwar nas contas e prevejo que possa parar algumas semanas. Mas, como sempre disse, este grupo tem 26 jogadores com muita qualidade, temos soluções para tudo e mais alguma coisa e, se não está o Edwar, estará outro jogador que será solução para o próximo jogo, dentro daquilo que pretendemos fazer.
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