Meia hora fantástica não foi suficiente para evitar deslize

  • Sanjoanense esteve a perder por dois golos mas, mesmo com 10, conseguiu recuperar.
  • Grande raça e querer inabalável foram as bases para que a equipa resgatasse um ponto.

Na difícil receção ao Lusitano, a Sanjoanense teve que suar bastante para pontuar e, uma vez mais, foi obrigada a recorrer a uma garra e a uma ambição inexcedíveis para inverter um contexto muito negativo.

Com um início de jogo bastante penalizador, a formação de São João da Madeira entrou praticamente a perder. Logo aos 5 minutos, Jorge Ladeiras, árbitro da partida, considerou que Tiago derrubou Zé Rui já dentro da grande área alvinegra e, numa decisão algo polémica, apontou para a marca de grande penalidade. Chamado a converter o castigo máximo, João Costa enganou Diogo e inaugurou o marcador a favor da equipa visitante.

A correr atrás do prejuízo, a Sanjoanense tentava imprimir mais velocidade e ritmo no jogo, mas ia esbarrando na bem organizada defesa do Lusitano e no rigoroso critério de Jorge Ladeiras que, em menos de um minuto, admoestou Tiago e Ruizinho, supostamente por protestos, numa altura em que o jogo não contava ainda com 10 minutos.

Numa primeira parte com pouca ação, o golo de João Costa acabou por fazer a diferença e nem o facto de a Sanjoanense ter passado sensivelmente 40 minutos no seu meio-campo atacante impediu a desvantagem, que se manteve até ao intervalo.

Sem alterações para a segunda metade, a Sanjoanense voltou determinada em inverter o resultado mas, à semelhança da primeira parte, sofreu um revés logo nos minutos iniciais. João Costa, depois de pressionar Gian, roubou a bola ao médio alvinegro e, após bom trabalho, rematou para o fundo das redes da baliza à guarda de Diogo, aumentando a vantagem forasteira.

Feridos no orgulho, os comandados de Pêpa não baixaram os braços e o técnico, na tentativa de dar maior fulgor atacante à equipa, lançou Pardal e Paulinho, abdicando de Ruizinho e Catarino. E, coincidência ou não, a Sanjoanense parece ter acordado logo de seguida. Ao minuto 55, Tiago recolheu a bola já no meio-campo ofensivo da Sanjoanense e, depois de boa investida, assistiu Vítor Silva que, na tentativa de cruzar para a zona da pequena área, acabou por beneficiar de um desvio de um defesa contrário, que introduziu a bola na própria baliza, reduzindo a desvantagem alvinegra.

No entanto, quando tudo parecia melhorar, eis que surgiria um novo balde de água fria. Ao minuto 62, Jorge Ladeiras, ao considerar faltosa a ação de Tiago, que perseguia um adversário, deu ordem de expulsão ao defesa alvinegro, deixando a Sanjoanense reduzida a 10 unidades.

Apesar disso, os comandados de Pêpa não desarmaram e, como de costume, fizeram das fraquezas as suas principais forças, na tentativa de contrariar o resultado negativo para as suas aspirações, tendo continuado a dominar e a jogar bastante próximos da grande área adversária.

Com oportunidades de golo a sucederem-se, a formação de São João da Madeira tudo fazia pelo empate. Bino, de livre direto, e Vítor Silva, num cabeceamento após cruzamento de Bino, foram os primeiros a ameaçar a baliza à guarda de Nuno Ricardo e, ao minuto 84, Alex, num lance idêntico ao do primeiro golo alvinegro, tentou o cruzamento pelo lado esquerdo do ataque e viu a bola embater no poste, depois de desviada por um defesa contrário.

Ainda assim, a Sanjoanense acabou por ver o esforço compensado. No minuto seguinte, na sequência de uma bola longa colocada na área do Lusitano, Vítor Silva acabou derrubado por um defesa contrário. Jorge Ladeiras, em cima do lance, apontou para a marca de grande penalidade e Bino, assumindo a responsabilidade, não perdoou e restabeleceu o empate.

Com cinco minutos para jogar, a Sanjoanense continuou a carregar na tentativa de chegar à vitória mas a igualdade não seria desfeita. Para a história fica mais uma difícil batalha, com uma Sanjoanense bastante capaz, mas que demorou a entrar no jogo.

Na próxima jornada, a formação de São João da Madeira desloca-se a Cesar.

 

AD Sanjoanense: Diogo, Tiago, Edgar, Mendes (Tono), Bino, Letz, Gian, Ruizinho (Paulinho), Alex, Vitor Silva e Catarino (Pardal).

 

Golos AD Sanjoanense: Vitor Silva e Bino.

 

Declarações de Pêpa:

A Sanjoanense cede um empate diante do Lusitano, depois de sofrer dois golos naqueles que foram, praticamente, os dois únicos lances de registo do adversário. Sente que o maior caudal ofensivo da Sanjoanense pedia um destino diferente ao resultado?

Esperava uma vitória por tudo o que fizemos, mas a verdade é que apenas fomos iguais a nós próprios na 2ª parte. Mas ontem ficámos bastante condicionados com o que aconteceu nos primeiros 10 minutos de jogo. Algo difícil de explicar…

A perder por 2-0, a equipa voltou a demonstrar uma grande garra e conseguiu “resgatar” um ponto. Qual foi, na sua opinião, o ponto de viragem do encontro?

A conversa no intervalo foi fundamental e o facto de todos terem percebido que eu estou aqui para assumir sempre as coisas menos boas. Colocar-me-ei sempre à frente de todos para assumir as responsabilidades quando algo corre menos bem. Não podíamos entrar no jogo directo e esperar por segundas bolas, não é para isso que tanto trabalhamos. Na 2ª parte entrámos a sofrer o segundo golo num erro na construção. Mas são esses riscos que eu assumo correr ao jogarmos desta forma. Após esse segundo golo ninguém baixou a cabeça e fomos atrás de um resultado diferente, queríamos marcar e carregar em cima do adversário. Quando estávamos por cima e a ter muito volume ofensivo, expulsaram-nos o Tiago numa falta impressionante (assim como o penalti sofrido). Mas as decisões são para respeitar, independentemente de se concordar ou não com as mesmas. Acertámos com menos um e continuámos atrás do golo que pudesse dar o empate, para que depois tentássemos de tudo para ganhar. Claro que as alterações foram limitadas devido ao escasso número de jogadores que temos tido para trabalhar. Situação, essa, que tem reflexos no trabalho diário e nas opções para domingo.

Sente que a expulsão do Tiago, numa altura em que a Sanjoanense perdia pela margem mínima, hipotecou a possível conquista dos três pontos?

Foi um duro golpe, como disse anteriormente, principalmente porque sentia a equipa por cima e a dominar a todos os níveis. Mas mesmo após a expulsão e depois de corrigirmos posicionamentos com menos um, a equipa continuou na procura do golo.

ClubeJVEDP
AD Sanjoanense