Nulo a fechar a primeira fase

  • Vitória valia, em termos práticos, um ponto para a próxima fase, mas Sanjoanense não conseguiu desfazer o nulo.
  • Estado do relvado não permitiu bom futebol.
  • Muxa e Mário regressaram, cinco jogos depois dos incidentes registados contra o Camacha.

Em jogo da última jornada da primeira fase do Campeonato Nacional de Seniores, a Sanjoanense não foi além de um nulo diante do São João de Ver, num jogo em que só a vitória podia trazer algo mais para a disputa da fase de manutenção, altura em que os pontos conquistados na fase inicial são cortados a metade.

Ora, em termos práticos, e ainda que sem qualquer aspiração quanto ao acesso à fase de promoção, o triunfo permitia que a Sanjoanense iniciasse a segunda metade da competição com 13 pontos, ao invés dos 12 com que começará, resultantes dos 24 pontos conquistados até ao momento.

Num jogo em que se esperava alguma superioridade da formação alvinegra, que já pôde contar com Mário e Muxa, suspensos desde os incidentes registados no final do jogo com o Camacha, a 07 de dezembro, o São João de Ver foi quem primeiro ameaçou, quando Ministro, com um remate de ressaca à entrada da área, atirou ligeiramente ao lado da baliza à guarda de Diogo.

Com um relvado condicionado pela chuva constante, a Sanjoanense sentia dificuldade em impor o seu jogo e em criar perigo através do futebol de posse e circulação mas, ainda antes do descanso, dispôs de duas boas oportunidades para inaugurar o marcador. Ao minuto 38, Catarino, a cruzamento de Muxa, cabeceou para defesa atenta de Rui Pedro e, poucos minutos depois, Vítor Silva, após assistência de Mário, rematou forte, mas por cima, não conseguindo desfazer o empate, que prevalecia ao intervalo.

Para a segunda metade, Pêpa lançou o jovem Teles para o lugar de Pardal e a Sanjoanense regressou em força, determinada a garantir os três pontos. Mário não demorou a visar a baliza contrária e, ainda nos primeiros instantes, rematou cruzado, já dentro da área, para excelente intervenção de Rui Pedro.

Obrigada a recorrer por diversas vezes à falta para travar os jogadores alvinegros, a formação de São João de Ver tudo tentava para suster as investidas contrárias mas, aos 53 minutos, ficou com a tarefa dificultada. Seminha, que já tinha sido admoestado com cartão amarelo, cortou um contra-ataque alvinegro com a mão e acabou por ser expulso por acumulação de amarelos, deixando os visitantes reduzidos a dez elementos.

Ainda assim, a Sanjoanense mostrava alguma ansiedade e continuava a não conseguir criar oportunidades de registo, embora se tenha instalado, com naturalidade, no meio-campo do adversário, que só a espaços conseguia sair em transições rápidas.

Ao minuto 81, os alvinegros voltaram a estar perto da vantagem mas Edgar, a canto de Muxa, cabeceou ligeiramente por cima.

A fazer o pressing final, a Sanjoanense ganhou novo ânimo a cerca de 5 minutos do final, quando Ministro, depois de parar Ruizinho, viu segundo cartão amarelo, deixando o São João de Ver em grandes dificuldades para os últimos minutos.

Em clara vantagem numérica, os comandados de Pêpa encostaram por completo a equipa visitante ao seu reduto defensivo e voltaram a estar muito perto do golo. Ruizinho, aos 90+3’, obrigou Rui Pedro a uma fantástica defesa, na sequência de um livre direto e, no seguimento do canto que daí resultou, Muxa, sozinho ao segundo poste, cabeceou poucos centímetros acima da barra.

A partida terminou logo de seguida, com um nulo penalizador para o trabalho da formação de São João da Madeira, que voltou a não conseguir materializar a superioridade demonstrada.

Seguem-se, agora, quatro semanas de paragem, estando o regresso marcado para 15 de fevereiro, dia em que tem início a segunda fase do Campeonato Nacional de Seniores.

 

Declarações de Pêpa:

Pêpa, a Sanjoanense foi superior mas voltou a não conseguir garantir uma vitória que, em termos práticos, representava um ponto para a próxima fase. Sente que faltou alguma acutilância ofensiva para que a equipa chegasse ao golo?

Pelo início da pergunta, sim. Só nos interessava a vitória porque nos dava um ponto para a segunda fase, enquanto o empate não nos dá nada. E, como sempre disse, por um ponto se sobe, por um ponto se desce… Um ponto é um ponto, tudo conta. Já vi equipas serem campeãs por um golo, quanto mais por um ponto…

Em relação ao jogo, fomos precipitados e algo nervosos. Acredito e admito – embora saiba que isto serve para as duas equipas – que o campo não nos ajudou em nada, uma vez que a nossa equipa gosta de ter a bola e hoje [domingo] ela saltava e não conseguíamos mantê-la. Mas isso não pode servir de desculpa para o pouco critério que tivemos no último terço. E foi muito por aí… Tivemos pouco critério nas decisões, fomos pouco agressivos no último terço, decidimos mal e, na minha opinião, essa foi a chave para que não tivéssemos conseguido criar mais oportunidades de golo e para que não tenhamos conseguido marcar.

Com a competitividade que é reconhecida ao Campeonato Nacional de Seniores e, neste caso, à Serie D, na qual se inclui a Sanjoanense, o que é que se pode esperar para a segunda fase da prova, que se adivinha muito dura?   

Vai ser uma grande luta, uma guerra enorme. Não sei se é o momento ideal para apelar ao que quer que seja, porque ainda estamos longe, mas vamos precisar de muito apoio, muita ajuda porque, se até aqui tivemos uma luta tremenda – e os resultados falam por si –, na segunda fase vamos ter uma guerra titânica… Vai ser terrível.

Mas não tenho dúvidas de que vamos estar preparados para isso e reconheço, também, que esta paragem vai ser benéfica porque é urgente acertarmos algumas posições do plantel, não só em termos de opções para o onze, mas também no que diz respeito às opções para o banco e ao número de jogadores para treino. É uma situação por que estamos a passar há algum tempo e que tem que ser resolvida. Queremos também recuperar quem podemos recuperar. Não temos hipótese quanto ao Ricardo Tavares, mas o João Pinto está cada vez melhor. E há ainda a questão dos castigos, que não depende de nós. O Letz levou dois jogos, o Alex cumpriu agora o jogo de castigo e, quanto ao Mário e ao Muxa, veremos o que surge. Hoje podiam jogar, no futuro depende da decisão tomada.

Mas temos que estar preparados, ajustar em termos de entradas no plantel, dar as mãos, unir esforços e trabalhar muito para o que aí vem.

O Mário e Muxa regressaram depois da suspensão pelos incidentes contra o Camacha. Caso a decisão seja favorável, são dois “reforços” bastante importantes nesta fase da época…

Sim, todos são importantes. E as presenças do Mário e o Muxa no onze estão relacionadas com o facto de, ao longo de todo o período de suspensão, terem sido excecionais ao nível do treino. Tanto que, se houvesse alguma coisa a apontar, isso seria resolvido internamente e nem sequer seriam opções. Isto porque, por vezes, há a tendência de estar castigado e relaxar e um castigo desta dimensão podia levar a facilitismos enormes, o que não aconteceu.

Quanto ao jogo, ambos tentaram ajudar a equipa, como todos, mas, como disse há pouco, o que me saltou à vista foi o nervosismo e a precipitação da equipa, o que não nos ajuda em nada.

Para além das questões abordadas há pouco (n.d.r.: ajustes no plantel e recuperação dos jogadores lesionados), quais são os principais objetivos para as semanas de paragem de campeonato que se seguem?

O principal objetivo para a próxima semana é ajustar, o quanto antes, o número de jogadores no plantel, com algumas entradas.

Para a segunda semana pretendemos ter o grupo fechado para que possamos começar a trabalhar e a rever processos de treino, processo e modelo de jogo, com organização ofensiva e defensiva, transições e tudo o resto, uma vez que, com a entrada de novos jogadores, temos que “ensinar” a nossa forma de jogar e trabalhar.

Na terceira semana queremos continuar o processo evolutivo do nosso modelo de jogo e entramos, depois, na quarta semana, a de início da segunda fase, altura em que vamos estar preparados para o que aí vem: uma guerra enorme.

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