Uma subida de divisão e a manutenção no Campeonato Nacional de Seniores, na época seguinte. É este o currículo de Pêpa desde que ingressou na Sanjoanense, no início da temporada 2013/2014.
Em dois anos, o técnico cumpriu os principais objetivos que tinha proposto e que passavam por «colocar e estabilizar a Sanjoanense nos campeonatos nacionais», algo que não acontecia há 10 anos e que ajuda a promover a base de uma estabilidade que se adivinha essencial.
Em entrevista exclusiva ao site da Sanjoanense, Pêpa abordou a «maratona terrível» que foi esta temporada, não fugindo aos problemas e assuntos sensíveis.
Sempre frontal e direto, não se escusou a comentar o presente e o futuro da Associação Desportiva Sanjoanense, apelando às forças da cidade para que se unam em torno do clube e recuperem o espírito de luta de uma instituição que tem «potencial para fazer muito mais».
Pêpa, a Sanjoanense já garantiu a manutenção no Campeonato Nacional de Seniores, numa altura em que faltam ainda disputar quatro jornadas até ao final do campeonato. Que sentimentos o invadem depois de cumprido o principal objetivo da temporada?
É uma satisfação enorme, um sentimento de dever cumprido, de objetivo cumprido. Às vezes não se valorizam estes momentos, valorizam-se mais as conquistas de campeonatos e os momentos de festa, mas foi um feito tremendo, e se calhar só se dará o devido valor depois.
Este ano parece que demorou duas ou três épocas e isso é a prova de que foi muito desgastante, foi terrível. E a sensação de chegar a quatro jornadas do fim com o objetivo matematicamente garantido é tremenda. Foram muitas as contrariedades, tivemos situações surreais e muito difíceis de ultrapassar, pelas quais nenhuma outra equipa da nossa série teve que passar – desde baixas e castigos a questões internas bastante turbulentas –, mas sempre mantivemos a nossa identidade, na procura das vitórias, apesar de alguns erros que estão identificados mas que fazem parte da nossa forma de jogar e estar.
Mas é uma sensação de dever cumprido, com grande orgulho naquilo que foi feito. É uma sensação tremenda… Bate o cansaço porque foi tão duro, tão difícil… E nós crescemos com isso. E é por isso também que alguns clubes estabilizam depois de estarem neste campeonato. É uma diferença muito, muito grande, e a prova disso é toda a competitividade que se presencia. E basta termos atenção às séries C e E, que nos são mais próximas, para termos a real noção do quão difícil é…
A época, como se sabe, foi tudo menos tranquila, principalmente se tivermos em conta as baixas com que o teve que contar. Como é que um treinador lida, no decorrer de uma temporada, com este tipo de problemas?
Aquilo que o treinador mais deseja é ver esses problemas resolvidos pela própria estrutura do clube, o que permite centrar o foco no treino, nas opções, no jogo e na liderança do grupo. Mas a verdade é que tivemos que lidar com situações muito complicadas e não é fácil gerir essa situação. Até porque sou muito exigente e admito que, em alguns momentos, possa ser complicado orientar algumas questões… Mas não vou deixar de ser como sou e trabalhar como sempre trabalhei e idealizei.
Agora, tenho noção que levei muita malta do grupo ao limite porque tivemos que nos superar em algumas situações e isso, como é óbvio, desgasta tudo e todos. Não nos podemos acomodar ao que quer que seja. Não quero pedir demais ao clube, às pessoas ou aos jogadores, mas temos que ser exigentes. E eu vinquei isso mesmo aos jogadores que aqui continuaram desde o ano anterior. Avisei que seria muito mais exigente e tive que o fazer porque, caso isso não acontecesse, corríamos o risco de não estarmos aqui a falar com a manutenção assegurada. E, nesse aspeto, foi uma aprendizagem muito grande. Não só para mim como para todo o grupo de trabalho. Tivemos a noção de uma nova realidade, muito difícil e completamente diferente, na qual um pequeno desvio do foco pode fazer com que tudo abane. E a verdade é que tivemos situações em que tudo isto abanou, mas tivemos força para nos reerguermos e conseguirmos o objetivo da manutenção.
A Sanjoanense começou muito bem o campeonato, perdeu algum fulgor sensivelmente a meio da primeira fase mas encontrou o caminho das vitórias depois do jogo com o Marítimo C, mantendo a série invencível até há bem pouco tempo. Ainda assim, no início desta segunda fase, esperava que a equipa alcançasse tão cedo a permanência nos campeonatos nacionais?
Eu tomo sempre como exemplo aquilo que nos aconteceu no ano passado. Tivemos duas lesões graves: o Rui, com quem, infelizmente, só contei por 15 dias e que foi uma baixa tremenda pela sua irreverência, capacidade de marcar e atitude “à Sanjoanense”; e o Hugo, que era um jogador experiente, com qualidade e que nos fez muita falta. Mas, tirando essas duas situações, não tivemos mais nenhum problema prolongado.
É certo que não existem titulares indiscutíveis mas, a partir de certa altura, começa a desenhar-se um onze base, que pode ir alterando consoante diversos factores. E a verdade é que, no nosso onze base, pouco ou nada aconteceu que originasse alguma paragem mais prolongada, à exceção da lesão do Pedro Justo, que seria muito bem aproveitada pelo Diogo, que estava preparado, trabalhou bem e fez um grande final de época. Quanto aos restantes elementos, mantiveram-se quase sempre aptos e a equipa continuou equilibrada ao longo da época.
Mas isso, comparando com o que aconteceu este ano, não foi nada! Tivemos as saídas prematuras do Bruno Fogaça e do Marquitos; os que deviam entrar demoravam ou nem vinham; o Ricardo Tavares chegou e lesionou-se gravemente; o João Pinto – isto não se sabia até agora, mas já podemos falar – sofreu uma entorse no joelho à segunda jornada, deu tudo enquanto pôde e só parou depois da derrota em Gouveia, ao fim de 12 jogos, porque a lesão não o permitia continuar; tivemos a questão dos castigos ao Mário e ao Muxa – que, apesar de tudo, aconteceram por culpa nossa e devemos reconhecê-lo –; sofremos com as saídas do João Couto e do Stefan numa altura conturbada e com fortes problemas internos… O quadro ficou muito negro! E isto sem falar das lesões caricatas do Bino, do Muxa, de uma nova lesão do João Pinto, da lesão do Gian, que foi agora operado… Nós olhamos para trás, para o que nos tem acontecido, e contado ninguém acredita…
Não digo isto para arranjar desculpas para nada, até porque tivemos algumas prestações boas nesse contexto, apesar de os resultados não terem sido os melhores. Mas lembro que o Teles é júnior de primeiro ano e jogou várias vezes, o Paulinho também, o Rochinha chegou a ser opção, o Yorn tem jogado e está apenas no primeiro ano de sénior… São jogadores com qualidade mas que sentem alguma dificuldade quando jogam todos juntos, com tantas ausências de jogadores mais experientes.
Mas há que dar os parabéns e enaltecer o que foi feito por uma equipa com uma média de idades tão baixa. Prova disso é o último jogo, em que o jogador mais velho era o Alex (25 anos) e média de idades do meio-campo era 17 anos… Isto é fruto de um enorme trabalho, não é nenhum milagre, mas foi muito complicado e há que valorizar o que conseguimos.
E, como disse, não quero arranjar desculpas mas é normal que a equipa tenha oscilado um pouco em determinados momentos, pela perda de algumas referências com qualidade e de rotinas que demoram a ser novamente assimiladas.
A média de idades do plantel é, realmente, relativamente baixa e o Pêpa promoveu ainda a estreia de alguns jogadores em idade júnior. Tudo isto, aliado ao facto de a Sanjoanense ser uma das equipas recém-promovidas do Distrital, à partida para esta época, deixa-o ainda mais orgulhoso, certamente…
Deixa, sem dúvida, e eu não me canso de dar os parabéns ao clube e à sua formação pelos jovens valores que tem. Uma coisa é a necessidade, outra é bater o pé, mas nunca virei a cara à luta. Sabíamos o risco que corríamos ao fazer algumas apostas mas, na primeira fase, nunca vi nenhuma equipa a fazer aquilo que nós fazíamos. Sei que, em alguns casos, houve equipas que contavam apenas com 16/17 inscritos nas fichas de jogo porque se recusavam a levar juniores… E nós, nesse aspeto, não tivemos qualquer receio, mesmo não querendo queimar etapas. O certo é que tivemos jogadores que se estrearam e tiveram alguns minutos, o que engrandece o trabalho da formação e prova que estão munidos de bons treinadores e bons jogadores que têm desenvolvido um excelente trabalho.
A equipa de júniores está perto de garantir a manutenção, as de juvenis vão conquistar a promoção, a de iniciados fez um trabalho fantástico… A formação está de parabéns e somos nós que temos que tentar potenciar e capitalizar os jovens que lá estão.
Existem sempre riscos mas fizemo-lo no ano passado e esta época com bons resultados e sucesso, por isso há que ter coragem e continuar o caminho, sempre sem receios.
O jogo da primeira fase diante do Marítimo C teve um grande impacto no plantel e marcou a última derrota da equipa até há bem pouco tempo. É justo dizer que esse foi o ponto de viragem da época?
Esse jogo foi marcante, com certeza. Mas, sem querer individualizar as coisas, tenho que falar da entrada do Sr. Maia, que nos estabilizou bastante. A nossa preocupação era gritante, era muita… Estávamos sem jogadores de campo para treinar, a questão financeira, apesar de continuar complicada, estabilizou depois da sua entrada e conseguiu trazer os reforços que já tínhamos pedido há muito tempo, o que deu estabilidade em termos de treino.
Esses são os dois pontos-chave. A derrota na Madeira, que nos revoltou e fez chorar pela injustiça que foi, e a entrada do Sr. Maia. A partir daí conseguimos ir buscar 5 ou 6 jogadores que, independentemente da idade, acrescentaram qualidade ao plantel. E arrisco-me a dizer que esse foi o grande ponto de estabilidade, porque até eu tinha saído naquela semana… E não sei, sinceramente, o que seria do clube caso ele não entrasse, porque estava a ver as coisas muito negras. Estávamos preocupados com o dia-a-dia, com os jogos que tínhamos e os poucos jogadores de que dispúnhamos, mas estávamos também a pensar o que seria desta segunda fase, porque sabíamos que matematicamente já não alcançávamos os dois primeiros lugares e que, caso não tivéssemos mais jogadores, as coisas seriam muito complicadas.
Numa altura em que nos aproximamos do final da época, com o objetivo principal assegurado, as atenções começam a centrar-se na próxima temporada. Mesmo sabendo que se realizam eleições para a presidência do clube em menos de um mês, espera manter-se no comando técnico da equipa?
Essa é uma pergunta complicada, mas não vou fugir a nada… Acho, sinceramente, que o clube dá tiros nos pés ao não planear as coisas atempadamente. Já o disse no ano passado e, quando me perguntaram, disse também que era função do treinador deixar a casa arrumada, independentemente de ficar ou não. Acho que isso é competência, rigor e é uma função do treinador que orienta o clube. Na época passada foi o que fizemos e a verdade é que a continuidade foi tratada um bocado tarde, apesar de reconhecer que estávamos muito focados na subida e nos pontos que faltavam para sermos campeões. Todos sabemos que a vida de um treinador é muito complicada e que existem muitos candidatos para um lugar só mas, na minha opinião, se há uma estrutura, um projeto e se o clube está identificado com a forma de trabalhar do treinador, não é normal que se espere pela última jornada do campeonato para decidir a continuidade, ou não, da equipa técnica. Mas isso foi o que aconteceu no ano passado e não podemos fazer nada… Conseguimos ir a tempo de trabalhar, de planear as coisas e foi o que fizemos.
Este ano, em termos teóricos – valendo o que vale – praticamente garantimos a manutenção com a vitória em Anadia. Em termos teóricos, repito, porque sabíamos que matematicamente ainda não a tínhamos assegurado. Sabíamos também que, à partida, os 30 pontos seriam suficientes e, mesmo assim, já os ultrapassámos. E eu tenho tudo preparado, em termos de planificação, jogadores e da nossa própria organização. Pretendo deixar a casa arrumada e é assim que vai ficar. Mas podemos dar-nos ao luxo de a quatro jogos do final, ou seja, a um mês do fim da época em termos oficiais, termos o objetivo cumprido e podermos começar a preparar tudo atempadamente, com cabeça, tronco e membros, conversando com calma e estabilidade sobre jogadores, objetivos e ambições… O Sr. Maia já falou comigo mas também não me consegue dar garantias de continuidade por não sentir o apoio que acredita ser necessário e voltamos assim ao mesmo. A Sanjoanense tem um grande potencial e todos os anos ouvimos que tem muita gente que pode ajudar, mas o apoio não se concretiza… Porque é que essas pessoas não se juntam em prol do clube? Isso faz com que percamos tempo, e o clube sai prejudicado.
Outra questão é a das eleições… Não sou ninguém para decidir quando são feitas mas o facto de se realizarem no final da temporada dá sempre azo a este tipo de situações. Se fossem feitas em dezembro/janeiro nada disto acontecia. Existia uma direção que atempadamente informava se contava ou não com equipa técnica. Se não contava com o Pêpa, o novo treinador começava a preparar a nova época, se contava com o Pêpa, começávamos nós a prepara-la… A verdade é que esta indefinição prejudica, acima de tudo, o clube. Damos tiros nos pés, perdemos tempo no planeamento – que equivale a mais de 50% do sucesso da época desportiva – e, infelizmente, vejo as coisas paradas…
Falo com o Sr. Maia, que me diz que não depende dele, e mostro o meu ponto de vista, a minha preocupação com o clube e com a equipa. Percebo a situação dele e tenho noção da grandeza do clube, que é muito eclético e com muitas modalidades, mas não estamos a conseguir ter a estabilidade que pretendíamos no futebol, numa altura em que podíamos aproveitar o facto de termos garantido a manutenção para nos sentarmos e prepararmos tudo atempadamente.
Este não é o caminho, na minha opinião… Existem outras formas de trabalhar, com mais organização, e podíamos aproveitar isso. Mas não depende de mim… Se dependesse já estaríamos a falar. Mas não depende e isso entristece-me.
Neste momento, se a continuidade no comando técnico dependesse unicamente da sua vontade, permanecia?
Permanecia… O trabalho está todo pronto, obviamente, mas há timings para tudo… Se o Sr. Maia, que é quem está agora no futebol, não tem apoio e segurança para garantir a continuidade, todos somos afetados. Os jogadores começam a ficar intranquilos, podem receber convites de um ou outro clube e não saber o que fazer ou que decisão tomar, os treinadores também… São situações que não dependem de mim. Não acho que este seja o caminho. As coisas podiam ser feitas de forma diferente e todos ganhávamos com isso, porque seria mais simples se nos sentássemos, estabelecêssemos objetivos e escolhêssemos aqueles com quem contávamos… E cada dia que passa é tempo perdido em relação à próxima época.
Depois de duas épocas em que alcançou os objetivos que sempre promoveu, que passavam por colocar e conseguir estabilizar a Sanjoanense nos campeonatos nacionais, sente que estão lançadas as bases para um percurso mais tranquilo em patamares superiores?
Estão, se as tais forças da cidade se juntarem… Eu não preciso de ser de São João da Madeira para perceber aquilo que aqui se passa, não ando aqui a dormir.
Vamos lá ver… Eu, enquanto treinador, tenho capacidade de aguentar a crítica e tudo aquilo a que estou sujeito durante os jogos. O futebol é muito forte em emoções, está muito enraizado na sociedade e os especialistas abundam. E nós temos que saber viver e lidar com isso. Mas esses especialistas não chegam… E o que devia ser feito era juntar a uma mesa os cabecilhas todos, a malta forte da cidade, que tem certamente um grande amor pelo clube. A Sanjoanense tem mais de 90 anos, todos recordam o seu passado e a solução passa por juntar as pessoas com peso e capacidade de trazer outras mais que queiram ajudar. Se estivessem todos juntos, colocando o clube acima de qualquer divergência, todos sairíamos beneficiados. E aí sim, com uma estrutura forte – não só em termos diretivos, mas num conjunto que engloba a Câmara Municipal, os adeptos e todas as forças que movem o clube –, com o mesmo espírito, o clube podia desenvolver-se bastante.
No ano passado conseguimos a promoção ao Campeonato Nacional de Seniores, esta época garantimos a manutenção, mas tudo o que se pretenda acima disto obriga a que as pessoas se sentem e estabeleçam metas e objetivos. Já o disse e volto a repetir: é uma pena que o clube não esteja com outra força, outra pujança. Porque não é suficiente que chegue uma pessoa como o Sr. Maia para resolver umas questões pontuais, quando sabemos que o clube tem tudo para estar tranquilo e estável. E essa estabilidade e uma boa estrutura facilitavam imenso o trabalho do treinador, dos jogadores e dos restantes elementos do clube, que não se desgastavam com coisas com que não deviam preocupar-se.
O clube tem potencial para puxar pela cidade, pelos adeptos e depois, com calma, talvez possa estar a lutar em 2/3 anos por uma subida à Segunda Liga, que era o que eu prespetivava em 4 anos, caso o apoio fosse maior…
Isso faz com que sinta alguma mágoa?
Atenção, quando falo em apoio, não é a nós, enquanto equipa. Eu estou muito agradecido ao clube, à cidade, aos adeptos… É marcante passar por este clube. A mágoa que tenho é por saber que dava para mais, essa é a tristeza que tenho. Não vou especificar, mas olhamos para alguns clubes no nosso campeonato e sentimos que não têm margem para mais. Estão no Campeonato Nacional de Seniores com todo o mérito, fruto de uma boa estrutura, boa organização, bons treinadores e jogadores, mas sentimos que não passam daquilo, não dá mais. Mas aqui não… Sentimos que dá para mais e é isso que me deixa um bocado triste e apreensivo. Não é com mágoa mas sinto que dá para mais. Temos que dar as mãos, unir-nos…
E volto a frisar que, quando falo de apoio, não me refiro aos adeptos. São fantásticos, somos a equipa que mais adeptos leva em jogos fora e, quando jogamos em casa, mesmo parecendo que não, temos boas assistências, que acabam por parecer menores pela dispersão dos adeptos no estádio, que é grande.
Mas quem conhece o passado do clube sabe que temos capacidade para muito mais, que temos um potencial enorme! Mas é preciso que todos caminhem para o mesmo lado. E é uma pena que isso não aconteça, que um clube como este fique satisfeito com o que tem alcançado. O ano passado foi muito bonito, a proeza foi fantástica, mas tivemos que aumentar a exigência para esta época e os resultados são visíveis… Há 10 anos que o clube não se mantinha na divisão imediatamente a seguir às ligas profissionais mas temos que olhar para a frente e querer sempre mais, porque o clube dá para isso. Se não desse, como em alguns casos, não podíamos pedir mais, mas se sentimos que dá para mais porque é que não nos juntamos e tentamos o difícil? Porque tentar o fácil é ficar acomodado.
A minha tristeza é essa, é ver que o clube tem potencial para muito mais… Mas é preciso que todos estejam a caminhar para o mesmo lado.
Para terminar, como caracteriza, em poucas palavras, o balneário e a época da Sanjoanense?
A época foi uma maratona terrível. Caímos e magoamo-nos a meio e apareceram dois carros: um para reparar e outro para nos levar para fora da corrida. Mas não desistimos, reparámos o que tínhamos a reparar, levantámos a cabeça, fomos à luta e conseguimos terminar a maratona com dificuldade mas, acima de tudo, com o objetivo cumprido, com grande brio.
O balneário, por seu lado, passou por muita coisa… É um daqueles balneários que marca qualquer um, com jogadores que passaram por muitas dificuldades, numa divisão bastante complexa, mas que sempre responderam de forma positiva.
Mas continuo a dizer que não podemos ficar acomodados. Temos que querer sempre mais e mais.
Resumidamente foi isso mesmo… Uma maratona muito difícil, bastante turbulenta, mas que terminou com o objetivo alcançado!