Um ponto de personalidade

Carvalhos 7 x Sanjoanense 7

5 Inicial: David Nogueira, Filipe Leal, Chico Barreira, João Oliveira(cap.) e Daniel Homem

Jogaram Ainda: Marco Lopes, Pedro Cerqueira, Afonso Santos e Alfredo Nogueira

Golos: Chico Barreira(4), Filipe Leal, Pedro Cerqueira e Daniel Homem

E à 6ªJornada, a Sanjoanense pontuou pela primeira vez. Num encontro do “campeonato” dos alvi-negros, a equipa de Vítor Pereira foi superior em toda a primeira parte e, embora com algum ascendente dos Carvalhos na 2ªParte, a recta final voltou a ser dominada pelos da capital do calçado que ficaram a 9 segundos de uma vitória muito saborosa, não fosse Chico Barreira ter falhado uma grande penalidade que dava a vitória.

Num Pavilhão sempre com boas assistências e um ambiente escaldante, a Sanjoanense entrou muito personalizada e a criar oportunidades, inaugurando o marcador, aos seis minutos, por Chico Barreira, numa boa iniciativa individual. No minuto seguinte, Tiago Pimenta, jogador que teve várias atitudes deploráveis para o público sanjoanense, empatou a 1-1.

Aos doze minutos, Filipe Leal, num livre, disferiu uma “bomba” que ainda bateu no ferro e colocou novamente a Sanjoanense na dianteira. Aos dezoito, João Oliveira vê rigoroso cartão azul mas, no livre-directo, David Nogueira brilhou perante José Almeida, outro elemento que também preferiu festejar com provocações aos adeptos da sanjoanense em vez de festejar com a sua massa associativa.

A jogar em powerplay, o Carvalhos acabaria por chegar ao golo, pelo mesmo José Almeida. Mas o encontro era de parada e resposta e, poucos segundos depois, o Carvalhos comete a sua décima falta e, na marcação do livre, Chico Barreira bate Mário Mata, fazendo o 2-3.

O último minuto da primeira parte foi recheado de acção, com um golo para cada lado, primeiro para André Matos e, depois, um golaço de Pedro Cerqueira, que começa a adquirir a sua melhor forma, levando a Sanjoanense em vantagem para o intervalo.

Na segunda parte, os visitados entraram melhor e empataram, aos três minutos, por José Almeida, na conversão de um livre-directo. No minuto seguinte, Bruno “Serôdio” desperdiçou uma grande penalidade. Aos onze minutos, João Oliveira desperdiça um livre-directo e, no minuto seguinte, o capitão alvi-negro viu o segundo cartão azul, mas já com Marco Lopes na baliza, José Almeida desperdiçou a oportunidade.

Aos treze minutos, o Carvalhos passou, pela primeira vez no jogo, para a frente do marcador, em novo livre-directo mas desta vez concretizado por José Almeida. Dois minutos depois, Pimenta fez o 6-4.

A Sanjoanense arriscou, foi para cima do adversário e, com uma personalidade enorme, empatou em três minutos, primeiro por Daniel Homem, que se estreou a marcar no campeonato com a camisola alvi-negra e, depois, por Chico Barreira, na conversão de um livre-directo após falta para cartão azul cometida por André Matos.

No mesmo minuto, os Carvalhos voltaram para a frente, novamente por Tiago Pimenta, mas Rui Vidal, numa falta infantil, recebeu cartão azul e permitiu a Chico Barreira fazer o 7-7 final que poderia ter sido uma vitória para a Sanjoanense, não fosse o homem-do-jogo, Chico Barreira, ter desperdiçado uma grande penalidade, a 9 segundos do fim, que dava a primeira vitória à Sanjoanense e seria muito merecida.

No próximo Sábado, pelas 15H, a Sanjoanense desloca-se ao Dragão Caixa para jogar com o FC Porto, no primeiro jogo de uma série de quatro contra os quatro primeiros classificados do campeonato da temporada anterior (Valongo, Benfica, FC Porto e Juv.Viana).

O primeiro ponto… mas que poderiam ter sido três. Não só pelo pénalti falhado a 9 segundos do fim, mas essencialmente porque a sua equipa foi superior grande parte do encontro, concorda?

Vítor Pereira: Podiam ter sido 3, tivemos quase tudo para os trazer esses pontos, trouxemos 1 e podíamos até não ter pontuado. Como eu disse antes do jogo este jogo era um jogo de tripla. Mais realmente o mais importante de salientar é que foi 1 ponto conquistado fora em casa de um adversário directo com uma excelente exibição. No meu entender uma primeira parte que dominamos, que deveríamos ter conquistado uma diferença maior de golos ao intervalo, uma segunda parte mais equilibrada com um período que os carvalhos passa para a frente do marcador e uma ADS a ter que jogar bem e com alma para inverter de novo o rumo dos acontecimentos. A haver um vencedor penso que deveria ser a Sanjoanense por tudo que se passou no ringue, pela força e alma que demostrou dentro e fora do ringue. Conquistamos um ponto fora e sinto que a equipa continua a crescer, vamos continuar a trabalhar pelo nosso objectivo.

A sua equipa inicia, agora, um série de 4 encontros frente a equipas de topo – FC Porto, Juv.Viana, Sl Benfica e Valongo pela ordem – como irá encarar estes jogos de máxima dificuldade?

V.P.: Vamos defrontar os 4 primeiros classificados da época passada, são jogos muito complicados, são jogos de uma competitividade muito grande, equipas muito competitivas, com jogadores de um nível europeu, mundial, jogos que todos nós gostamos de estar presentes com a responsabilidade do lado dos nossos adversários, não temos nada a perder. São jogos que trazem uma motivação extra a qual esperamos que sirva para nos superarmos e estarmos a um bom nível, aproveitando algum deslize de um desses adversários. Se nestes 4 jogos conquistarmos pontos é bom, eu acredito que o vamos fazer pois estamos a trabalhar muito, a procurar a nossa estrelinha da sorte e sei que isso vai dar os seus frutos. Como sempre vamos entrar com a mesma postura e objectivo nos jogos: Ganhar. O apoio dos nossos adeptos fora e principalmente em nossa casa poderão fazer a diferença, nós contamos com isso pois os nossos adeptos estão com a equipa e todos juntos temos consciência que pontos contra estas equipas poderão fazer a diferença no final.

A Sanjoanense acaba a jogar com um misto de juventude e experiência e, à semelhança do que tinha acontecido na Candelária, os jovens deram boa conta do recado e jogaram no limite para que o ponto fosse alcançado. Sente que tem uma equipa que, com o seu potencial trabalhado em jogadores como Alfredo Nogueira, Afonso Santos, Daniel Homem ou Pedro Cerqueira, poderá ser a estabilidade do clube no futuro, na I Divisão?

V.P.: Somos uma equipa, trabalhamos como equipa, jogamos como equipa e isso tem sido notório nos jogos. O nosso plantel pode não ser um plantel recheado de nomes de primeira divisão, mas é uma equipa equilibrada, jogadores com boas capacidades, alguns ainda em crescendo devido a sua juventude, um plantel de acordo com as possibilidades do clube e mais importante um plantel que se identifica com o “ADN”do clube. São jogadores diferentes que se completam de forma a sermos uma equipa, independentemente da idade joga quem trabalha, quem se encaixa na estratégia que delineamos, que se encaixa no decorrer do jogo e alterações achamos por bem fazer. Não temos de ter medo, é preciso apostar nos nossos jovens atletas, é essa a nossa intenção, mesmo que tivéssemos rios de dinheiro eu como treinador não deixaria de apostar nos nossos jovens. Claro que ter neste plantel alguns, muitos jovens de valor dá-me uma grande satisfação e motivação em relação ao futuro mas para mim eles já são o presente e têm demonstrado dentro do ringue.