- Formação de São João da Madeira nunca se conseguiu impor verdadeiramente mas merecia melhor resultado.
- Apesar da culpa própria, a agressividade dos homens de Espinho e o estado do relvado impediram uma melhor exibição.
Depois de isenta na primeira eliminatória da Taça, a Sanjoanense deslocou-se a Espinho no último domingo para discutir, com a formação local, o acesso à terceira fase da competição.
Em alta no Campeonato Nacional de Seniores (CNS), os comandados de Pêpa procuravam dar seguimento ao bom momento, enquanto o Espinho, depois de um início de época menos bom, tinha, na Taça de Portugal, uma excelente oportunidade de se erguer.
No estádio comendador Manuel Violas, com um relvado que deixava muito a desejar, Espinho e Sanjoanense entraram a respeitar o adversário, com uns primeiros 15 minutos de pouco risco e jogo muito dividido a meio-campo.
A Sanjoanense parecia melhor, com mais fio de jogo e envolvência, mas seria a formação da casa a criar perigo, já perto do minuto 20, quando Jonathan cruzou desde a direita e Samate, já na pequena área, não conseguiu o melhor desvio, atirando por cima.
A oportunidade de golo acordou o Espinho e os tigres acabariam mesmo por chegar ao golo, já depois de um remate perigoso de Miguel Moreira. À passagem da meia hora, uma desconcentração defensiva da Sanjoanense obrigou Muxa a travar um adversário já dentro da área e, chamado a converter o castigo máximo, o capitão Ricardo Correia não desperdiçou.
Em desvantagem, a Sanjoanense tinha que correr atrás do prejuízo mas não conseguia impor-se, muito por culpa da agressividade que pautava o jogo dos homens de Espinho. E que o diga Gian que, pelo seu poder físico e qualidade, foi um alvo em movimento durante todo o jogo!
Ao intervalo o resultado aceitava-se, face ao maior rendimento da formação local e exigia-se mais dos comandados de Pêpa, que pareciam apáticos e, por vezes, sem ideias.
O treinador alvinegro sabia disso e bem tentou dar um novo rumo ao jogo, ao lançar, já na segunda metade, Stefan para o lugar de Catarino, para tentar dar mais rapidez e rebeldia às alas. Mas, logo de seguida, novo balde de água fria. Tiago, que logo nos primeiros minutos da segunda parte tinha visto amarelo por protestos, tem uma entrada mais ríspida sobre Samate, tendo imediatamente recebido ordem de expulsão.
Com menos um homem, a tarefa adivinhava-se bem mais complicada mas nem por isso os homens de São João da Madeira baixaram os braços e, por volta dos 60 minutos, poderiam ter chegado ao empate, mas o cabeceamento de Vítor Silva, a passe de Muxa, saiu ao lado da baliza à guarda de Stephane.
Era, claramente, uma tarde «não» e nem a expulsão de Jonathan, também por acumulação de amarelos, se revelou benéfica. A Sanjoanense continuava muito esforçada mas em dificuldades e as oportunidades escasseavam.
E o Espinho lá tentava aproveitar, principalmente numa altura em que a formação alvinegra já jogava completamente balanceada no ataque. Tanto que, à passagem dos 75 minutos, os tigres estiveram perto de aumentar a vantagem, na sequência de um remate de Lapa ao poste da baliza de Pedro Justo.
Até final, nada iria mudar e a Sanjoanense, apesar do esforço, cai na 2ª Eliminatória da Taça de Portugal. Ficam por terra o sonho e a esperança de encontrar um grande do futebol nacional e centram-se as atenções no CNS, que se retoma já no próximo domingo com a deslocação a Gouveia.
11 Inicial: Pedro Justo, Tiago, João Pinto, Edgar e Muxa; Letz, Gian e Fogaça; Alex, Catarino e Vítor Silva.
Jogaram ainda: Stefan (Catarino), Pardal (Fogaça) e Piolho (Edgar).
Declarações de Pêpa:
Pêpa, foi um jogo bastante equilibrado, decidido com uma grande penalidade ainda na primeira parte. Depois do que a Sanjoanense fez, sente que a derrota é um castigo demasiado pesado?
É pesado porque saímos daqui com a certeza de que podemos fazer mais e melhor. E a frustração é mesmo essa, a de saber que, se tivéssemos estado melhor, tínhamos passado esta eliminatória, mesmo contra o melhor Espinho. Mas o futebol é fértil nisto… Entrámos apáticos, o golo resulta de um erro de cobertura e acabámos por dar uma parte de avanço.
Na segunda parte pusemo-nos a jeito de algumas situações… Nos cinco minutos de desconto, por exemplo, jogou-se um. E isto foi-se arrastando ao longo do jogo. O Espinho, depois de marcar, ficou confortável, a jogar em casa, sempre com muitas faltas, mas nós é que nos pusemos a jeito. Independentemente do valor do Espinho, esta é a minha leitura.
E mesmo que não tenhamos estado bem, foi um jogo com muita luta, equilibrado e em que poderíamos, se tivéssemos tido maior agressividade e maior critério no último terço, ter saído vencedores.
Mas, acima de tudo, temos que nos queixar de nós próprios.
A agressividade do Espinho foi uma constante logo desde o início da partida. Sente que essa agressividade dificultou que a equipa impusesse o seu jogo?
Dificultou, mas quem está lá para ajuizar e segurar o jogo não somos nós… Houve entradas de sola, muito violentas e que não nos deixavam sair a jogar. Mas quem está lá para apitar é o árbitro, nós estamos para jogar.
Condicionou-nos um bocado, mas não serve de desculpa. Isso pode acontecer em vários jogos e não nos podemos agarrar ao critério do árbitro, temos que tentar sempre impor o nosso jogo, sabendo que, até agora, todos os jogos têm sido muito intensos e de grande luta.
Terminada a participação na Taça, a próxima deslocação é a Gouveia. O que é que se pode esperar do adversário?
É uma equipa que subiu, como nós, foi campeã na Associação da Guarda e voltamos à competição que é o objetivo principal, porque queremos estabilizar a equipa nos nacionais.
Mas é um jogo diferente e hoje [domingo] estou muito triste. No ano passado calhou-nos a fava, o Ribeirão tinha um orçamento enorme e não tivemos sorte no sorteio. Mas este ano sentimos que tínhamos uma possibilidade de sonhar…
Mas não foi possível e agora há que virar a página. A tristeza acaba hoje [domingo] e vamos começar já a trabalhar para o próximo jogo. E, com todo o respeito que tenho pelo Gouveia, vamos, como sempre, jogar para ganhar. Queremos os três pontos.