Candelária 8 x Sanjoanense 6
5 Inicial: David Nogueira, Tiago Ferraz, Filipe Leal, Chico Barreira e João Oliveira(Cap.)
Jogaram Ainda: Marco Lopes, Pedro Cerqueira, Alfredo Nogueira, Daniel Homem e Afonso Santos
Golos: Afonso Santos, Alfredo Nogueira, Chico Barreira e Tiago Ferraz(3)
Na ilha do Pico, a Sanjoanense defrontou o Candelária numa partida de hóquei que começou na véspera, com os alvi-negros a viajarem de noite até Ponta Delgada, onde pernoitaram e de manhã viajaram de barco até ao Pico, num grande esforço financeiro da secção, sendo necessário recordar que a Sanjoanense é a equipa da 1ª Divisão com o menor orçamento anual. Este Domingo regressam o grupo de jogadores que amanhã(Segunda-Feira) necessitam impreterivelmente de voltar aos seus trabalhos ou estudos e, na Segunda-Feira de manhã, regressam o segundo grupo de jogadores e staff por ser economicamente mais em conta, o que diz bem do esforço financeiro que a Sanjoanense fez para ir aos Açores e o esforço que os seus responsáveis fazem pelo hóquei em patins, estando dois e três dias fora de casa, longe das suas famílias.
Quanto ao encontro propriamente dito, o Candelária foi mais forte na primeira parte e chegou ao intervalo a vencer por 4-1, com golos de Pedro Afonso, Mauro Fernandez e bis de Ruben Sousa, tendo reduzido Afonso Santos. Da primeira parte realce para um azul para o Candelária e dois azuis para a Sanjoanense, nomeadamente para Filipe Leal e para Vítor Pereira, por protestos.
Na segunda parte, Pedro Afonso marcou o quinto nos primeiros segundos e Alan Fernandes ampliou para 6-1. Aos nove minutos, Alfredo Nogueira reduziu para 6-2, mas Ruben Sousa fez o “hattrick”, aos quinze minutos. A partir daqui foi ver a Sanjoanense numa recuperação estóica e quase histórica: Chico Barreira fez o 7-3, aos dezoito minutos e, depois, Tiago Ferraz apareceu no encontro para fazer um “hattrick” perfeito, com três golos de bola parada, duas recargas a livres-directo e uma grande penalidade convertida.
Estávamos com pouco mais de um minuto para se jogar no Pico e a Sanjoanense acreditava que podia chegar ao empate, numa pressão intensa sobre o Candelária. Mas a 40 segundos do fim, Tiago Ferraz vê falta para cartão azul, que Tiago Resende converteu e “matou” o encontro com 8-6.
No banco, Tiago Ferraz terá, alegadamente, trocado palavras com Ruben Sousa que também estava no banco dos “azuis” com José Nave a apenas expulsar o defesa alvi-negro, que assim desfalca a Sanjoanense no próximo encontro, que se disputará na Quarta-Feira, 5 de Novembro, frente à vizinha Oliveirense.
A Sanjoanense está à três jornadas numa toada do “quase”, quase que conquistava pontos em Barcelos, tal como em casa com o Paço D’Arcos e, agora, nos Açores que, por pouco, não fez história com uma recuperação fantástica. Se na semana passada os alvi-negros apenas podem queixar-se de si próprios por não terem conquistado um melhor resultado, esta semana há o sentimento de dever plenamente cumprido e o amargo de boca que, com outras condições, algo mais poderia ter sido alcançado.
A Sanjoanense está, pela terceira jornada consecutiva, no limiar do “quase”. Quase que conseguia pontos em Barcelos, com o Paço D’Arcos e agora na Candelária, com uma recuperação que poderia ter sido estóica. O que é que faltou para chegar aos pontos?
Vítor Pereira: Da nossa parte não faltou nada, pusemos tudo em campo, trabalhamos, lutamos contra tudo e só não conseguimos porque não nos deixaram. Entramos bem no jogo, o Candelária teve dificuldades em parar o nosso jogo, recorreu a faltas duras, em 4 minutos já tinha 5 faltas e até aos 7 minutos de jogo já tinham ficado no meu entender 2 grandes penalidades claríssimas por marcar, a partir dos 10 minutos de jogo, a nossa equipa começou a acumular faltas e faltas marcadas pela equipa de arbitragem sem que se justificasse, começou a ficar mais intranquila tal era a dualidade de critérios, dentro e fora de pista por parte dos homens que vestiam de vermelho, note-se que o candelária num jogo muito disputado após os 4 minutos iniciais esteve cerca de 20 minutos sem fazer faltas. Nesse período o Candelária aproveitou para dilatar o marcador, fazer um jogo mais tranquilo, connosco a correr atrás do prejuízo, sempre a sermos “puxados” para trás, num jogo que perdeu qualidade e onde no meu entender e infelizmente para a nossa modalidade o que mais salientava eram os erros grosseiros da equipa da arbitragem. Apesar de tudo isto a nossa equipa sempre lutou, trabalhou e com uma atitude de salientar, num período em que depois de estarmos a perder por 7-2 e nos darem como “mortos” chegou ao 7-6 o que fez com que nos minutos finais voltassem a acontecer algumas das peripécias em nosso prejuízo, cartão azul, livre directo, vermelho, antes que nós empatássemos e quando estava 7-6 no marcador a cerca de 1m e meio do fim. Fiquei muito desiludido com a arbitragem do jogo, todos temos os nossos dias menos bons e o que se passou aqui no candelária foi muito mau. Ficamos impossibilitados de lutar pelos nossos primeiros pontos no campeonato e viemos cumprir calendário. Temos estado muito perto de conseguir esses pontos apesar de estarmos a defrontar equipas do meio da tabela da época passada, com outra experiência e frieza, situação essa que tem feito a diferença em alguns jogos.
A perder por cinco golos, nos Açores, sabendo da dificuldade que é para todas as equipas jogar nas ilhas, a sua equipa chegou ao 7-6 e, por pouco, que não conseguiu algo mais. Não ganhou pontos, mas sente que ganhou uma equipa ainda mais unida e determinada para o futuro imediato?
V.P.: Sem dúvida, temos vindo em crescendo. Apesar de uma pre-época muito atribulada, um início do campeonato sem podermos contar com o nosso ringue, andarmos com a “casa às costas”, a equipa tem demonstrado qualidade, os níveis de entrosamento começam a aparecer, a qualidade de jogo a melhorar e alguns dos princípios que pretendemos estão a surgir. Em breve penso que vamos ter a nossa identidade como equipa bem definida. No meu entender os jogadores já estão todos identificados com a mística e os valores do clube, mostraram aqui nos Açores isso de uma forma bem patente, uma entrega, uma vontade de ganhar, uma capacidade de lutar contra muitas adversidades. No entanto saliento também que precisamos ainda de melhorar, principalmente a nível psicológico, não podemos deixar que nos desestabilizem como aconteceu hoje, temos de ser mais fortes ainda e apesar das adversidades e injustiças temos que manter o rigor táctico, firmes e esclarecidos. Sei que em situações como a de hoje isso não é fácil, mas se o fizermos podemos fazer a diferença. Como já tive oportunidade de dizer, conto com este grupo de trabalho, com todos, em momentos diferentes e de acordo com as suas qualidades e tudo que os jogos envolvem. Saio daqui ainda mais confiante com a equipa. Os jogos que vamos ter neste futuro imediato são sem dúvida difíceis, alguns com equipas de objectivos bem diferentes do nosso, isso não vai mudar a nossa postura entraremos em campo para lutar pelos 3 pontos e dignificarmos o nosso clube, sabemos que todos os pontos que conseguirmos serão importantes para o nosso objectivo, vamos precisar de manter esta postura determinados, unidos e acreditar sempre, como acreditamos hoje aqui.
Segue-se um derby escaldante com a Oliveirense, com uma semana e meia para preparar esse jogo. Sabendo que estas equipas já se encontraram na pré-época, com vitória esclarecedora da Oliveirense por 5-0, acredita que os erros da pré-época podem ser rectificados e a Sanjoanense fazer uma surpresa no seu pavilhão, perante este candidato ao título?
V.P.: É o regresso dos verdadeiros Derbys ao pavilhão da Sanjoanense, são jogos com características diferentes dos outros, bem diferente do jogo de pre-época. Apesar de jogarmos em nossa casa, a pressão está toda do lado da Oliveirense, pois uma equipa com o orçamento e estrutura para lutar pelo título, não quererá certamente perder pontos com a Sanjoanense, um clube acabado de chegar à primeira divisão com o duro objectivo da manutenção, realidades bem diferentes. No entanto sinto que a minha equipa tem uma palavra a dizer no jogo, os meus jogadores, o nosso trabalho sério, faz com que eu acredite que possamos conseguir algo contra um candidato ao título, que dentro de pista o querer e a alma Sanjoanense faça minimizar algumas diferenças existentes. Para isso é importante o apoio dos nossos adeptos, mostrar que estão presentes e com a equipa, isso será mais um factor para equilibrar. Será o nosso segundo jogo em casa e o factor público é para nós importante, um derby como este merece uma boa moldura humana que seja feita a festa do hoquei em patins. Contem connosco!