Erros foram pagos em demasia

  • No jogo grande da jornada, a Sanjoanense não conseguiu superiorizar-se ao Cesarense.
  • Primeira meia hora com erros defensivos foi crucial para o desfecho negativo.

Depois da derrota em Viseu, frente ao Lusitano, a Sanjoanense recebeu o Cesarense que, à partida para o jogo, levava um ponto de avanço sobre a formação de São João da Madeira.

Com um embate de grande interesse em prespetiva, os alvinegros não conseguiram entrar bem no encontro e os comandados de Martelinho, por seu lado, não podiam imaginar melhor início.

Com apenas 5 minutos decorridos, e no primeiro lance de algum perigo junto das balizas, Oliveira deu a melhor sequência a uma investida pelo lado direito do ataque e, aproveitando a apatia da defesa alvinegra, antecipou-se a Tiago para, de cabeça, colocar a formação de Cesar em vantagem.

Motivados pelo golo, os visitantes jogavam de forma tranquila e obrigavam a Sanjoanense a correr atrás do prejuízo, numa altura em que a equipa da casa tentava crescer na procura do golo que permitisse o empate e relançasse a partida.

No entanto, foi preciso esperar até aos 15 minutos para que se verificasse uma reação, ainda que tímida, dos comandados de Pêpa, com Mário a visar a baliza mas a rematar ligeiramente por cima.

Ainda assim, a Sanjoanense parecia melhor e, à passagem do minuto 24, Alex teve nos pés o empate, naquela que foi a oportunidade de ouro para os comandados de Pêpa. Catarino colocou a bola em Mário e o avançado, com um excelente passe de peito, assiste Alex, mas o extremo, na cara de Janita, permite a defesa ao antigo guarda-redes sanjoanense.

Mas o balde de água fria surgiu logo depois. Já diz o velho ditado que «quem não marca, sofre» e o Cesarense fez questão de o colocar em prática. Na sequência da perdida de Alex, a formação de Cesar saiu em contra-ataque rápido e, aproveitando a descompensação defensiva dos homens de São João da Madeira, balanceados no ataque, Bruno Silva assistiu Mauro, que aumentou a vantagem.

Um rude golpe nas aspirações da Sanjoanense que, antes do intervalo, podia ainda ter reduzido a desvantagem mas Alex, pressionado, não conseguiu o desvio vitorioso, após cruzamento tenso de Tiago.

Os dois golos de desvantagem ao intervalo tornavam a missão sanjoanense bastante difícil mas nem por isso os comandados de Pêpa baixaram os braços e viraram a cara à luta. Pelo contrário, regressaram determinados e com vontade de inverter o complicado resultado e as oportunidades de golo sucederam-se durante os segundos 45 minutos mas, em quase todas elas, a eficácia surgia uns furos abaixo do esperado.

Ainda assim, há que destacar a atitude de luta e garra de uma equipa jovem que viu o golo constantemente negado por cortes de última hora, defesas atentas e até pelos postes, quando Muxa, à passagem do minuto 75, acertou na trave com um potente remate.

Foi claramente uma tarde «não» para a Sanjoanense, que viu Mauro voltar a marcar, ao minuto 78, na sequência de nova investida rápida pela direita do ataque visitante. Com Justo pela frente, depois de boa arrancada, o extremo desviou subtilmente a bola, colocando o marcador em 0-3.

Apesar do golo e dos naturais festejos, nota negativa para a atitude provocatória do jogador, que decidiu ajoelhar-se perante o banco sanjoanense, com festejos efusivos – festejos, esses, que podia realizar, obviamente, mas com um pouco mais de bom senso na escolha do local.

A Sanjoanense conseguiria ainda o golo de honra, ao minuto 83, na sequência de uma grande penalidade convertida por Stefan e que ditou a expulsão, por acumulação de amarelos, de Tiago, capitão cesarense.

Até final, nota apenas para uma outra expulsão. Muxa, já amarelado, derrubou um adversário e, por isso, falha o próximo jogo, em São João de Ver, partida que fecha a primeira volta desta fase inicial do Campeonato Nacional de Seniores.

 

11 Inicial: Justo, Tiago, Edgar, João Couto e Ricardo Tavares; Letz, Gian e Muxa; Alex, Catarino e Mário.

Jogaram ainda: Ruizinho (Edgar), Catarino (Stefan) e Vítor Silva (João Couto).

 

Declarações de Pêpa:

É justo dizer que a primeira meia – hora ditou o destino do jogo?

Infelizmente sim, mas por culpa nossa. Mesmo com dois golos sofridos em dois remates do adversário, em contra-ataques, tivemos volume ofensivo para discutir o resultado de outra forma.

O jogo não correu de feição à Sanjoanense mas a equipa nunca baixou os braços e teve muitas oportunidades de golo, especialmente na segunda parte. Sente que, com um pouco mais de sorte, a Sanjoanense podia ter saído deste jogo com um resultado positivo?

Sorte não, eficácia e objectividade na hora de decidir. A sorte é algo que dá muito trabalho a alcançar, algo que acontece e nós não queremos estar dependentes da sorte. Foi um resultado ingrato e frustrante, mas ganha quem marca mais e não quem joga melhor ou tem mais cantos e remates. Mas de uma coisa tenho a certeza, estamos mais próximos de ganhar quando jogamos bem.

Esta é a segunda derrota consecutiva e a equipa vai certamente querer dar a melhor resposta já na próxima semana, em São João de Ver. Ainda assim, teme que este resultado possa afetar animicamente o plantel?

Não pode nem vai afectar ninguém. Cometemos erros próprios de uma equipa jovem, de uma equipa com poucos minutos de nacionais, mas a realidade é que quase todos os adversários reconhecem que somos a melhor equipa a jogar futebol, mas com erros pontuais que por vezes fazem a diferença. Sei que estamos juntos no mesmo objectivo e que a resposta será dada no sítio certo: nos treinos e nos jogos.

Quais são as primeiras impressões quanto ao São João de Ver, próximo adversário?

É um adversário que perdeu algumas referências da época passada mas que conseguiu manter os mais experientes. Uma equipa que foi a melhor defesa, com apenas dois golos sofridos, até há duas jornadas. Vamos com o mesmo objectivo de sempre: jogar bem e ganhar.