Coragem Alvi-Negra Merecia Mais

HC Turquel 7 x Sanjoanense 3

5 Inicial: Marco Lopes, Pedro Cerqueira, Filipe Leal, Chico Barreira e João Oliveira

Jogaram Ainda: David Nogueira, Tiago Ferraz, Alfredo Nogueira, Daniel Homem e Afonso Santos

Golos: Tiago Ferraz, Chico Barreira e João Oliveira

 

13 anos depois, a Sanjoanense voltou aos ringues da I Divisão. As obras no piso do Pav.Desportos ditaram a inversão da jornada e, assim, a formação de Vítor Pereira deslocou-se até à aldeia do hóquei que, de facto, é dona de uma estrutura organizativa muito forte.

Para primeiro cinco inicial da temporada, o técnico alvi-negro apostou em dois reforços: Filipe Leal e o jovem Pedro Cerqueira. O início de encontro mostrou uma Sanjoanense determinada a fazer algo em Turquel e, logo ao segundo minuto, Chico Barreira desperdiçou uma grande penalidade, atirando ao ferro. Dois minutos depois, Vasco Luís adiantou o Turquel no marcador, fazendo o 1-0.

Os homens da capital do calçado não acusaram o toque e continuaram a praticar o seu hóquei. Contudo, aos onze minutos, Pedro Cerqueira vê cartão azul e, no livre-directo, Vasco Luís não consegue bater Marco Lopes. A jogar em powerplay, Daniel Matias fez o 2-0, aos doze minutos, resultado que se manteve até ao intervalo, ainda que a Sanjoanense sempre mostrasse uma grande atitude, faltando melhorar a eficácia.

Eficácia essa que veio para a segunda parte juntamente com Tiago Ferraz que, aos seis minutos, reduziu para 2-1. E, aos sete minutos, foi a vez do veloz Chico Barreira entrar em cena, empatando a partida em Turquel. Era claramente o melhor período da Sanjoanense que mostrava grande carácter na aldeia do hóquei.

Mas, a jogar em casa e com a sua maior experiência, Vasco Luís soube aproveitar uma desatenção da defensiva sanjoanense e voltou a colocar o HC Turquel na frente do marcador. Aos onze minutos, os visitantes cometem a décima falta, mas Paulo Passos não consegue ultrapassar Marco Lopes.

Aos catorze minutos surge o momento decisivo do encontro, Alfredo Nogueira vê cartão azul e Daniel Matias amplia para 4-2 no respectivo livre-directo. Poderia a Sanjoanense ser mais cautelosa e levar um resultado incerto até aos minutos finais, tentando depois apostar em algo mais, mas Vítor Pereira sabia que o HC Turquel, equipa que mantém a mesma estrutura há vários anos, a jogar em sua casa saberia defender muito bem num cenário desses assim, a decisão do técnico foi procurar desde cedo algo mais, até porque a Sanjoanense merecia esse “algo mais”.

E, a jogar num adversário que está nas competições europeias e ficou em 6ºLugar na temporada anterior, o risco de sofrer mais golos com uma estratégia ofensiva era maior, tendo acontecido isso por duas vezes, com golos de Daniel Matias e Xavier Lourenço, de grande penalidade.

O capitão João Oliveira reduziu para 6-3, aos vinte minutos e Xavier Lourenço fez o resultado final de 7-3, aos vinte e um minutos.

Resultado exagerado para o carácter e determinação demonstrados pelos alvi-negros, que deixaram uma imagem de confiança para o futuro, faltando naturais ajustes mas não esquecendo que a pré-época tem sido atribulada pela falta de pavilhão para treinar.

13 Anos Depois, a Sanjoanense regressou à I Divisão. Como avalia esta primeira prestação?

Vítor Pereira: Tivemos uma grande atitude, fizemos um bom jogo, na recta final não estivemos tão bem como tínhamos estado, porque tivemos que arriscar e não tivemos medo disso, mas demos boas indicações contra uma equipa muito valiosa.

Na recta final considera que a sua equipa acusou algum desgaste psicológico por algumas decisões desfavoráveis da arbitragem?

V.P.: Eu não me quero desculpar com isso pois não foi por isso que perdemos, a verdade é que existiram algumas faltas com um critério e outras com outro, principalmente quando chegamos aos 2-2 começamos a acumular faltas, os jogadores ficaram desgastados, tentamos que eles recuperassem, viessem cá fora e respirassem, mas o 4-2 a oito minutos do fim forçou-nos a arriscar, porque nós viemos aqui não foi para perder por um score pequeno, foi para ganhar o jogo e quisemos arriscar.

Mas penso que esta dualidade de critérios foi o menos importante porque a minha equipa demonstrou um grande carácter, uma grande atitude e isso é o que me deixa mais satisfeito.

É esta imagem demonstrada aqui em Turquel, que podemos esperar da Sanjoanense, uma equipa de garra de crer e de luta, capaz de discutir o resultado?

V.P.: Sim, queremos disputar o jogo pelo jogo com todos os adversários, só assim conseguiremos atingir a manutenção, temos que ter muita garra, atitude e crer sempre cientes que estamos a defender a cidade de São João da Madeira. Volto a dizer, podíamos não ter arriscado tão cedo, podíamos ter levado o jogo incerto até ao fim mas a equipa do Turquel com todo o seu entrosamento e experiência não iria cometer erros e nós viemos aqui para ganhar e arriscamos para ganhar, contra uma formação que está nas competições europeias numa terra que respira hóquei.

Na próxima semana, a Sanjoanense desloca-se até Barcelos. Se esta noite defrontou o 6º classificado da temporada anterior, no próximo Sábado defronta o 7º, não é um início fácil?

V.P.: Sim, vamos jogar novamente fora o que é pena mas sabemos que vamos ter que jogar contra todas as equipas. Vamos a Barcelos para jogar com muita atitude e crer, como tivemos aqui hoje, estamos com um início de época atribulado mas nem por isso nos iremos declarar antecipadamente como derrotados. Vamos a Barcelos lutar pelos 3 pontos!